A segunda temporada de Supergirl deixou de lado a trama fofa e básica de heróis apresentada no ano de estreia para levantar a bandeira do feminismo e transformar a mocinha em uma poderosa militante política. Em meio a metáforas sobre as ações anti-imigração do governo norte-americano, mulheres esbanjam poder e homens são meros coadjuvantes.
A Supergirl, interpretada por Melissa Benoist, teve de provar sua força na base da porrada contra o primo Superman (Tyler Hoechlin) no último episódio da temporada, que foi ao ar na quarta (7), na Warner, às 22h30.
O duelo entre parentes representa a transformação da série de um ano para o outro. É como se Kara Danvers, a Supergirl, tivesse de provar o seu valor ao tentar derrotar o herói mais poderoso de todos.
E, se logo no começo a série foi criticada por apresentar uma heroína submissa envolvida em um típico triângulo amoroso extraído de livros baratos de romance, o segundo ano se concentrou no embate entre três mulheres fortes.
A vilã Rhea (Teri Hatcher), rainha do planeta Daxam, ameaça tomar conta de National City, lar de Kara, controlar o mundo e subjugar os humanos. A heroína está na defesa dos terráqueos ao lado da presidente dos Estados Unidos (Lynda Carter, a Mulher-Maravilha da série dos anos 1970), que é alienígena, assim como Kara.
Esse conflito de extraterrestres contra humanos foi um dos grandes temas da temporada. Na história, vários habitantes de outros planetas vivem na Terra-38 (onde a história se passa), mas são execrados pela sociedade. Tudo isso é feito de propósito para criticar a política norte-americana contra imigrantes, que ganhou ares trágicos após a eleição de Donald Trump.
Em Supergirl, uma mulher do Partido Democrata é presidente do país, referência à candidata Hillary Clinton, derrotada por Trump, do Partido Republicano. Na série, Olivia Marsdin (Lynda) ganhou a eleição contra um homem branco.
O desfecho da temporada de Supergirl tem um viés doutrinário. O título do episódio é um lema feminista: Nevertheless, She Persisted (Porém, Ela Persistiu). Uma alusão à frase usada por um senador para calar o discurso de uma colega, em sessão realizada no Congresso norte-americano em fevereiro.
Melissa já deixou claro que é adepta ao movimento feminista, “eu quero fazer direito pelas mulheres”, disse ela.
A mesma já disse em entrevista que gosta de trabalhar com mulheres, “acho que nós mulheres comunicamos melhor uma com a outra, nos entendemos melhor. Com homem é diferente”, comentou a atriz à revista Variety. “A comunicação [com uma diretora] é especial. Há mais paciência” , argumenta.
Melissa também já participou da Women’s March Global: feminismo, sororidade, inspiração e polêmica.
Fonte: Uol